sexta-feira, 23 de maio de 2025
quinta-feira, 22 de maio de 2025
quarta-feira, 21 de maio de 2025
Publicidade
Nome artístico: Duarte Marçal
Nome completo: Duarte Miguel Marçal da Silva
Idade: 39 anos
Naturalidade: Alfama, Lisboa, Portugal
Residência atual: Mouraria, Lisboa
Aparência física
Altura: 1,78 m
Cor dos olhos: Castanhos-escuros, profundos, expressivos
Cabelo: Castanho escuro, ondulado, um pouco comprido e ligeiramente desgrenhado
Pele: Clara com traços mediterrânicos, rosto marcado por expressões intensas
Traje habitual: Fato escuro com colete, camisa branca, lenço no pescoço ou na lapela, sapatos clássicos. Em atuações, por vezes usa capa tradicional preta.
Personalidade
Carismático e introspectivo, fala pausadamente como quem medita cada palavra.
Melancólico, mas com um brilho poético na alma — a tristeza para ele é uma forma de beleza.
Profundamente ligado às raízes, à família, aos bairros históricos de Lisboa, e às memórias do passado.
É respeitado no meio fadista pelo rigor e emoção com que interpreta cada verso.
Acredita que o fado não se canta — vive-se.
História de vida
Filho único, filho de um sapateiro e de uma costureira, cresceu no coração de Alfama.
Aos 8 anos, ouviu pela primeira vez Amália Rodrigues num velho rádio da avó e apaixonou-se imediatamente pela sonoridade.
Com 12 anos começou a cantar nas tasquinhas e festas populares de bairro.
Aos 17, foi apadrinhado por um fadista veterano que o introduziu nas casas de fado.
Estudou Letras na Universidade de Lisboa, mas nunca abandonou os palcos.
Perdeu a mãe aos 24 anos, e esse luto transformou-se em força interpretativa no fado.
Gravou o primeiro disco aos 30 anos — “No Silêncio da Madrugada”, premiado pela crítica.
Carreira
Atua regularmente em casas de fado como o Clube de Fado e Sr. Vinho.
Participou em festivais de fado no Porto, em Coimbra, e internacionalmente (França, Brasil, Canadá).
Compõe alguns dos seus próprios fados, mas também interpreta clássicos com arranjos próprios.
Tem uma voz grave, rouca e penetrante, capaz de comover mesmo quem não fala português.
Influências musicais
Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, Alfredo Marceneiro, Camané
Mistura por vezes o fado com influências poéticas de Fernando Pessoa, Ary dos Santos, Sophia de Mello Breyner
Acredita na evolução do fado, mas sem perder a alma e o respeito pela tradição
Frases que costuma dizer
“O fado não precisa de palco — basta um silêncio.”
“Canto o que me dói, mas também o que me salva.”
“Quem não chora a sua saudade, não sabe o que é viver em português.”
Curiosidades
Toca viola clássica, mas prefere cantar acompanhado de guitarra portuguesa e viola de fado.
Nunca canta o mesmo fado da mesma forma — adapta-o ao público e ao momento.
É supersticioso: antes de cada atuação, reza em silêncio por um minuto à fotografia da mãe.
Tem um gato preto chamado “Lisboeta”.
Está a escrever um livro de memórias sobre o fado e Lisboa.
Álbum: Sombras de Lisboa
Intérprete: Duarte Marçal
Género: Fado Tradicional
Ano: 2025
Produção independente
Local de inspiração: Lisboa, Portugal
Descrição geral:
“Sombras de Lisboa” é um mergulho profundo nas vielas da alma portuguesa. Cada faixa traz um retrato emocional da cidade, dos amores perdidos, da saudade que persiste, e das vozes que ainda ecoam entre os becos e guitarras da capital. Com a sua voz rouca, grave e penetrante, Duarte Marçal canta o fado como se contasse segredos antigos ao ouvido da cidade.
1. Saudade Que Não Cansa
Uma balada intensa sobre uma saudade que, em vez de doer, conforta — porque mantém viva a lembrança de quem se amou profundamente.
2. Lisboa Chora em Silêncio
Lisboa é retratada como uma mulher que sofre em silêncio, sentada junto ao Tejo, guardando as dores de todos os que por ela passaram.
3. Entre o Tejo e a Solidão
Uma canção que navega entre o amor e a ausência, onde o rio Tejo torna-se confidente de uma alma que se sente só.
4. No Fim da Rua da Alma
Metáfora de uma jornada interior, onde cada esquina da alma esconde memórias, despedidas e promessas que nunca se cumpriram.
5. O Beijo Que Ficou no Vento
Um fado lírico e nostálgico que fala de um beijo que nunca chegou a acontecer, mas que ficou para sempre no ar.
6. Trago-te em Cada Madrugada
Canção de amor eterno, em que cada amanhecer traz à memória a imagem da pessoa amada — mesmo na ausência.
7. Viela do Meu Destino
História de um amor vivido numa ruela de Alfama, onde o destino foi escrito com lágrimas e notas de guitarra portuguesa.
8. Fado de Quem Não Volta
Um lamento profundo por quem partiu para longe — para outro país, para outra vida — e deixou atrás apenas silêncio.
9. Eco de Um Amor Antigo
Uma lembrança que persiste nas paredes da casa, nos passos pelas calçadas, no fado que continua a ser cantado.
10. Na Sombra da Sé Velha
Um passeio melancólico pelas pedras centenárias da Sé de Lisboa, onde o passado ainda respira ao cair da tarde.
11. Maré Alta de Lembranças
O mar invade a alma com recordações — ondas que trazem rostos, risos e dores que o tempo não apaga.
12. Canta-me Como Era Dantes
Uma súplica emocionada: cantar como se cantava antes, quando o amor era novo e a esperança morava ao nosso lado.
terça-feira, 20 de maio de 2025
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Capítulo 1 – Episódio 5: A Voz Que Sussurra no Concreto
Capítulo 1 – Episódio 5: A Voz Que Sussurra no Concreto
A floresta estava mergulhada em um silêncio antinatural, como se a própria natureza prendesse a respiração diante do que se aproximava. Ricardo permanecia imóvel por um instante, os olhos atentos varrendo as sombras densas à sua frente. Havia algo além das árvores, algo que não fazia parte do mundo que ele conhecia. Um ruído sutil cortava o ar: sussurros. Baixos, distantes, mas constantes. Não eram palavras, não exatamente. Eram fragmentos de sons, resquícios de vozes que pareciam ter sido arrancadas do tempo.
Ele apertou os olhos, tentando discernir a origem. O som não vinha de um lugar específico — ele parecia emanar de todos os lados ao mesmo tempo. Era como se a floresta falasse em línguas mortas.
Ricardo avançou devagar, o corpo ainda dolorido do confronto anterior. Seus músculos protestavam a cada passo, mas ele os ignorava. O chão úmido sugava suas botas, e o cheiro de terra molhada misturado com sangue seco preenchia o ar. Galhos baixos roçavam seu rosto, e as folhas escorriam orvalho sobre sua pele suada. Tudo parecia mais apertado, mais opressor. A floresta, antes aberta e caótica, agora se fechava sobre ele como uma câmara viva, sufocante.
E então, entre as árvores, ele viu.
Uma estrutura cinzenta, engolida por raízes e musgo, ergueu-se à sua frente como o esqueleto de um monstro morto há séculos. Era um prédio antigo, de concreto manchado pelo tempo e pela umidade. Seu teto estava parcialmente desabado, e janelas quebradas revelavam o interior escuro e desolado. Grades de ferro tortas balançavam levemente ao vento, produzindo um som metálico e monótono, como sinos enferrujados tocando uma marcha fúnebre.
Mas o que mais chamou sua atenção foi a luz. Uma luz fraca, tremulante, pulsava lá dentro. Não era forte o suficiente para iluminar, mas o suficiente para sugerir... presença. Movimento. Vida.
Ricardo parou à beira da clareira. Seus instintos gritavam para que não se aproximasse. Cada centímetro de seu corpo parecia saber que havia algo errado com aquele lugar. Era o tipo de construção esquecida pelo tempo — um lugar onde memórias ruins se escondem nas paredes, onde gritos antigos ainda ecoam entre os escombros. E, mesmo assim, ele deu um passo.
E outro.
A cada passo, o sussurro ficava mais claro. Ainda não era possível entender, mas havia um ritmo. Como um lamento que se repetia infinitamente. E ele começou a perceber que não estava sozinho. Havia algo — ou alguém — observando. Não com olhos físicos, mas com uma consciência difusa, espalhada pelo ambiente.
Ele cruzou o limiar do prédio. O ar ali dentro era diferente. Mais frio. Mais denso. O cheiro era uma mistura de mofo, ferrugem e algo mais... metálico. Como sangue velho impregnado nas paredes. As sombras dançavam com a luz trêmula de uma lanterna jogada no chão, seu feixe oscilando como se fosse uma chama à beira da extinção.
O corredor à frente era estreito e tortuoso, com pedaços do teto caídos e marcas estranhas nas paredes. Garras? Ferramentas? Algo havia arranhado o concreto com força suficiente para arrancar pedaços dele. Havia manchas escuras no chão — antigas demais para dizer se eram sangue ou óleo, mas recentes o suficiente para indicar que aquele lugar ainda estava ativo. De algum modo.
Ricardo se abaixou e apanhou a lanterna. Estava quente ao toque. Alguém a havia deixado ali há pouco tempo.
Os sussurros pararam.
Por um segundo, o mundo inteiro pareceu segurar o ar. Ricardo ergueu a lanterna e seguiu adiante, os pés pisando com cuidado, evitando os escombros. Salas abandonadas se abriam ao lado, todas cobertas por poeira e decadência. Uma delas, porém, tinha algo diferente. A porta estava entreaberta, e uma luz fraca escapava por ela.
Ele empurrou com cuidado.
No interior, havia um painel de controle antigo, coberto por botões oxidados e fios soltos. Mas o que o fez prender a respiração foi o monitor. Ainda funcionando. A tela tremia, exibindo uma imagem distorcida em preto e branco. Não era ao vivo. Era uma gravação.
Ele apertou um botão qualquer.
A imagem clareou. Um laboratório. Um homem de jaleco aparecia na tela, o rosto parcialmente coberto por sombras. Ele falava algo, mas o áudio estava corrompido. Apenas um som conseguiu atravessar o chiado:
"Ricardo..."
Seu nome.
A imagem apagou.
Ricardo recuou, a mente em turbulência. Alguém sabia quem ele era. Alguém havia deixado aquilo para ele. A lanterna em sua mão piscou e apagou. O prédio mergulhou em escuridão total.
E os sussurros voltaram.
Dessa vez, estavam dentro da sala. Dentro da sua cabeça.
“Volte... volte... volte...”
Mas ele não podia voltar.
Não mais.
“Voice in the Concrete” – Renegades of Chaos