Duarte Marçal

 

Nome artístico: Duarte Marçal

Nome completo: Duarte Miguel Marçal da Silva

Idade: 39 anos

Naturalidade: Alfama, Lisboa, Portugal

Residência atual: Mouraria, Lisboa


Aparência física

  • Altura: 1,78 m

  • Cor dos olhos: Castanhos-escuros, profundos, expressivos

  • Cabelo: Castanho escuro, ondulado, um pouco comprido e ligeiramente desgrenhado

  • Pele: Clara com traços mediterrânicos, rosto marcado por expressões intensas

  • Traje habitual: Fato escuro com colete, camisa branca, lenço no pescoço ou na lapela, sapatos clássicos. Em atuações, por vezes usa capa tradicional preta.


Personalidade

  • Carismático e introspectivo, fala pausadamente como quem medita cada palavra.

  • Melancólico, mas com um brilho poético na alma — a tristeza para ele é uma forma de beleza.

  • Profundamente ligado às raízes, à família, aos bairros históricos de Lisboa, e às memórias do passado.

  • É respeitado no meio fadista pelo rigor e emoção com que interpreta cada verso.

  • Acredita que o fado não se canta — vive-se.


História de vida

  • Filho único, filho de um sapateiro e de uma costureira, cresceu no coração de Alfama.

  • Aos 8 anos, ouviu pela primeira vez Amália Rodrigues num velho rádio da avó e apaixonou-se imediatamente pela sonoridade.

  • Com 12 anos começou a cantar nas tasquinhas e festas populares de bairro.

  • Aos 17, foi apadrinhado por um fadista veterano que o introduziu nas casas de fado.

  • Estudou Letras na Universidade de Lisboa, mas nunca abandonou os palcos.

  • Perdeu a mãe aos 24 anos, e esse luto transformou-se em força interpretativa no fado.

  • Gravou o primeiro disco aos 30 anos — “No Silêncio da Madrugada”, premiado pela crítica.


Carreira

  • Atua regularmente em casas de fado como o Clube de Fado e Sr. Vinho.

  • Participou em festivais de fado no Porto, em Coimbra, e internacionalmente (França, Brasil, Canadá).

  • Compõe alguns dos seus próprios fados, mas também interpreta clássicos com arranjos próprios.

  • Tem uma voz grave, rouca e penetrante, capaz de comover mesmo quem não fala português.


Influências musicais

  • Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, Alfredo Marceneiro, Camané

  • Mistura por vezes o fado com influências poéticas de Fernando Pessoa, Ary dos Santos, Sophia de Mello Breyner

  • Acredita na evolução do fado, mas sem perder a alma e o respeito pela tradição


Frases que costuma dizer

  • “O fado não precisa de palco — basta um silêncio.”

  • “Canto o que me dói, mas também o que me salva.”

  • “Quem não chora a sua saudade, não sabe o que é viver em português.”


Curiosidades

  • Toca viola clássica, mas prefere cantar acompanhado de guitarra portuguesa e viola de fado.

  • Nunca canta o mesmo fado da mesma forma — adapta-o ao público e ao momento.

  • É supersticioso: antes de cada atuação, reza em silêncio por um minuto à fotografia da mãe.

  • Tem um gato preto chamado “Lisboeta”.

  • Está a escrever um livro de memórias sobre o fado e Lisboa.



Álbum: Sombras de Lisboa



Intérprete: Duarte Marçal
Género: Fado Tradicional
Ano: 2025
Produção independente
Local de inspiração: Lisboa, Portugal

Descrição geral:
“Sombras de Lisboa” é um mergulho profundo nas vielas da alma portuguesa. Cada faixa traz um retrato emocional da cidade, dos amores perdidos, da saudade que persiste, e das vozes que ainda ecoam entre os becos e guitarras da capital. Com a sua voz rouca, grave e penetrante, Duarte Marçal canta o fado como se contasse segredos antigos ao ouvido da cidade.


1. Saudade Que Não Cansa

Uma balada intensa sobre uma saudade que, em vez de doer, conforta — porque mantém viva a lembrança de quem se amou profundamente.

2. Lisboa Chora em Silêncio

Lisboa é retratada como uma mulher que sofre em silêncio, sentada junto ao Tejo, guardando as dores de todos os que por ela passaram.

3. Entre o Tejo e a Solidão

Uma canção que navega entre o amor e a ausência, onde o rio Tejo torna-se confidente de uma alma que se sente só.

4. No Fim da Rua da Alma

Metáfora de uma jornada interior, onde cada esquina da alma esconde memórias, despedidas e promessas que nunca se cumpriram.

5. O Beijo Que Ficou no Vento

Um fado lírico e nostálgico que fala de um beijo que nunca chegou a acontecer, mas que ficou para sempre no ar.

6. Trago-te em Cada Madrugada

Canção de amor eterno, em que cada amanhecer traz à memória a imagem da pessoa amada — mesmo na ausência.

7. Viela do Meu Destino

História de um amor vivido numa ruela de Alfama, onde o destino foi escrito com lágrimas e notas de guitarra portuguesa.

8. Fado de Quem Não Volta

Um lamento profundo por quem partiu para longe — para outro país, para outra vida — e deixou atrás apenas silêncio.

9. Eco de Um Amor Antigo

Uma lembrança que persiste nas paredes da casa, nos passos pelas calçadas, no fado que continua a ser cantado.

10. Na Sombra da Sé Velha

Um passeio melancólico pelas pedras centenárias da Sé de Lisboa, onde o passado ainda respira ao cair da tarde.

11. Maré Alta de Lembranças

O mar invade a alma com recordações — ondas que trazem rostos, risos e dores que o tempo não apaga.

12. Canta-me Como Era Dantes

Uma súplica emocionada: cantar como se cantava antes, quando o amor era novo e a esperança morava ao nosso lado.


Saudade Que Não Cansa - Duarte Marçal


Mensagem de Alma para o Público

Meus amigos,
Nesta viagem feita de notas e silêncios, há uma coisa que nunca me abandona: a saudade. Essa velha companheira que não grita, mas que tudo diz. Que não tem corpo, mas pesa no peito. Que não se vê, mas está em cada olhar, em cada palavra, em cada canto da cidade que me viu nascer — Lisboa.

Quando canto, não o faço para ser ouvido. Faço-o para sentir. Canto para os que partiram, para os que ficaram à espera, para os que nunca souberam dizer adeus. Canto para quem vive com o coração a meio, com a alma por inteiro. E nesse momento, quando a guitarra portuguesa chora comigo, todos somos um só — unidos pela dor, pelo amor, pelo tempo que passa devagar dentro de nós.

O fado não se aprende. O fado acontece. Surge numa esquina qualquer de Alfama, num copo de vinho à meia-noite, no som dos passos solitários na calçada molhada. O fado é memória viva. É poesia de rua. É lágrima disfarçada de voz.

Este álbum, "Sombras de Lisboa", nasceu do silêncio dos meus próprios dias, da vontade de transformar a dor em beleza, de dar voz a histórias que nunca foram contadas. Cada canção é uma vela acesa num beco escuro do passado. Cada verso é um pedaço de mim e, talvez, de ti também.

Obrigado por me permitirem entrar nos vossos ouvidos, mas mais ainda: no vosso coração.
Que a minha saudade encontre eco na vossa.

Com verdade,
Duarte Marçal

Saudade Que Não Cansa - Duarte Marçal


Lisboa Chora em Silêncio - Duarte Marçal


Mensagem de Silêncio e Fado

Lisboa não precisa de falar para ser sentida.
Às vezes, basta caminhar pelas suas ruas antigas, onde cada pedra guarda uma memória, cada beco esconde um segredo, e cada varal estendido ao vento sussurra histórias que nunca chegaram a ser contadas.
Foi nessa Lisboa, de olhos baixos e alma alta, que nasceu este fado.

"Lisboa Chora em Silêncio" não é só uma canção — é um espelho da cidade e do coração.
É o som que ecoa quando tudo o resto se cala.
É o pranto dos que amaram sem serem amados, dos que partiram sem regressar, e dos que ficaram presos ao tempo, com saudade nos olhos e esperança no peito.

Canto Lisboa não como um homem, mas como um filho que a conhece de cor.
Conheço os seus silêncios mais do que os seus gritos, as suas madrugadas frias mais do que os seus dias de sol.
E sei que, mesmo quando tudo parece adormecido, há uma alma a arder por dentro.
É esse fogo manso que trago na voz.

Se me ouvirem com atenção, talvez sintam o cheiro do Tejo ao entardecer.
Talvez vejam a sombra da Sé ao cair da noite.
Talvez ouçam uma guitarra a responder-me lá ao fundo, sem pressa, sem ruído — só com verdade.

Este fado é para quem carrega Lisboa dentro, mesmo que nunca tenha pisado a sua calçada.
Porque o fado, tal como a cidade, não se explica.
Sente-se.

Com alma e gratidão,
Duarte Marçal

Lisboa Chora em Silêncio - Duarte Marçal


Entre o Tejo e a Solidão - Duarte Marçal


Mensagem – Entre o Tejo e a Solidão

Há lugares onde o tempo não passa.
E há outros, como o Tejo, onde tudo passa… até a alma de quem ali se perde a olhar.
Foi entre estas duas margens — a do rio e a da saudade — que nasceu este fado.
Nasceu sem aviso, como tudo o que é verdadeiro.
Não o escrevi com caneta… escrevi-o com o silêncio das noites em que me sentei junto ao Tejo, sozinho, a ouvir o que ninguém diz, mas que tudo grita por dentro.

"Entre o Tejo e a Solidão" é mais do que uma canção — é um desabafo calado, um retrato de quem se senta a ver Lisboa escurecer e não tem para onde voltar.
É sobre esse intervalo entre o que fomos e o que não chegámos a ser.
Sobre o vazio que fica quando um amor parte, quando uma palavra não é dita, quando o fado é a única voz que sobra.

Canto este tema como quem se confessa.
Cada verso leva o peso de uma ausência, o eco de uma promessa quebrada, a sombra de um abraço que nunca veio.
Mas no fundo… há beleza até nisso.
Porque o fado é isso mesmo: transformar dor em arte, silêncio em partilha, solidão em companhia.

Se alguma vez te sentiste sozinho mesmo rodeado de gente, este fado é teu.
Se já olhaste o Tejo com os olhos molhados e não sabias bem porquê, este fado também é teu.
E se já te encontraste no fundo de ti e não gostaste do que viste… canta comigo.
Porque entre o Tejo e a solidão, há sempre um espaço onde cabe a música — e talvez, também, a redenção.

Com alma e verdade,
Duarte Marçal

Entre o Tejo e a Solidão - Duarte Marçal


No Fim da Rua da Alma - Duarte Marçal


Mensagem – No Fim da Rua da Alma

Há ruas que não se encontram nos mapas.
Ruas que existem só dentro de nós, traçadas a partir de memórias, dores, escolhas e silêncios.
É lá, onde a calçada é feita de lembranças e as janelas estão sempre fechadas, que termina a rua da alma.

Caminhar por ela não requer passos — apenas coragem.
Porque é no fim dessa rua que moram os fantasmas que evitamos, os sonhos que deixámos cair, e as palavras que não tivemos força para dizer.
É um lugar onde a solidão não pesa... apenas sussurra.
Onde o tempo não passa, mas observa.

“No Fim da Rua da Alma” nasceu dessa travessia.
Nasceu da vontade de pôr em música o que não se diz — aquilo que se sente quando a alma chega ao seu limite e, ainda assim, escolhe continuar.
Canto-a não como lamento, mas como libertação.
Porque encarar o que está no fim da alma é também o primeiro passo para regressar a casa.

Há quem veja o fado como tristeza.
Eu vejo-o como verdade.
E a verdade, mesmo quando dói, é uma luz acesa ao fundo da rua.
Aquela luz que me guia — e talvez guie também quem me ouve.

Se alguma vez sentiste que estavas à beira de ti mesmo… este fado é para ti.
Se já viveste aquele momento em que te encontras num cruzamento entre o que foste e o que te resta ser… então já pisaste o empedrado desta rua.
E saberás que, no fim dela, não há só dor — há também música.
E onde há música… há alma viva.

Com sinceridade e respeito,
Duarte Marçal

No Fim da Rua da Alma - Duarte Marçal


O Beijo Que Ficou no Vento - Duarte Marçal


Mensagem – O Beijo Que Ficou no Vento

Há gestos que não precisam de palavras.
Um olhar prolongado, um silêncio entre dois corpos, ou um beijo que nunca chegou a tocar pele — apenas o ar.
Foi nesse espaço suspenso, entre a intenção e o adeus, que nasceu esta canção.
“O Beijo Que Ficou no Vento” não é apenas um fado sobre a perda — é um tributo àquilo que quase aconteceu, ao instante que ficou no limiar do tempo e que, por isso mesmo, se tornou eterno.

Quem ama sabe: há beijos que nunca se dão… mas vivem para sempre.
O beijo que se quis, mas não se pôde.
O que ficou por dar, por orgulho, por medo, por desencontro, por destino.
Esse beijo viaja no vento, atravessa ruas, esquinas, estações do ano, e volta a nós quando menos esperamos — no cheiro de um perfume antigo, num verso ouvido ao acaso, numa rua de Lisboa banhada a pôr-do-sol.

Cantar este fado é, para mim, reviver um momento que nunca existiu… mas que está gravado na alma.
É reconhecer que há amores que não acabam: transformam-se em vento, em ausência com forma, em saudade que acaricia.
E esse beijo, esse gesto suspenso no tempo, passa por mim de novo cada vez que fecho os olhos e deixo que a música fale.

Se já amaste alguém que partiu antes de te dizer tudo… este fado é teu.
Se guardas memórias de um toque por acontecer, de uma despedida sem palavras… sabes do que falo.
Este beijo no vento pode ser de qualquer um de nós.
E enquanto houver vento… ele continua a soprar.

Com emoção,
Duarte Marçal

O Beijo Que Ficou no Vento - Duarte Marçal


Trago te em Cada Madrugada - Duarte Marçal


Mensagem – Trago-te em Cada Madrugada

Há amores que não terminam — apenas se recolhem na sombra das madrugadas.
Amores que não precisam de presença, porque já se tornaram parte da rotina do coração.
“Trago-te em Cada Madrugada” é uma canção feita desses amores: os que resistem ao tempo, ao silêncio, à distância.
Os que acordam connosco sem estarem lá.

Cada manhã é um recomeço.
E há sempre um instante, entre o último sonho e o primeiro pensamento, em que o nome dessa pessoa volta — ainda que só na memória.
A solidão da madrugada não é fria… é doce.
Porque é nela que a alma encontra espaço para recordar sem pressa, sentir sem medo, e amar em silêncio.

Neste fado, trago essa melancolia suave, esse calor escondido no frio da ausência.
Trago o rosto que já não vejo, o toque que já não sinto, mas que o coração insiste em guardar como se fosse ontem.
Trago o ritual de abrir a janela e deixar que o vento leve palavras que nunca disse, e que talvez nunca diga.
Trago-te, sim…
No gesto de preparar o café, na melodia que invento ao vestir a camisa, no reflexo da luz que toca a parede.
Trago-te em cada coisa pequena — e por isso, trago-te em tudo.

Cantar esta canção é, para mim, viver contigo sem te ter.
É manter-te vivo(a) no ritmo dos dias, na brisa que entra, na cidade que acorda, e no fado que sai da garganta ainda com sono.
Porque se há coisa que o tempo não consegue levar… é o amor que se instala no hábito, na memória e no coração de quem sente.

Por isso, se acordas com saudade,
Se cada madrugada te lembra alguém que já não está — mas nunca partiu por completo —,
Então este fado é teu também.

Com ternura e verdade,
Duarte Marçal

Trago te em Cada Madrugada - Duarte Marçal


Viela do Meu Destino - Duarte Marçal


Mensagem – Viela do Meu Destino

Há caminhos que não se desenham em mapas — apenas se reconhecem no peito.
São vielas interiores, por onde os nossos passos seguem sem que os pés toquem o chão.
“Viela do Meu Destino” nasce dessa travessia íntima, onde cada pedra conta uma memória, e cada sombra murmura um segredo.

Lisboa tem dessas esquinas que parecem paradas no tempo, onde a alma se encosta às paredes gastas como quem procura abrigo.
E há ruas que ninguém percorre — a não ser quem carrega no coração um fado antigo, uma dor que não passa, uma esperança que insiste.
A viela do meu destino não é larga nem iluminada.
É estreita, silenciosa, e feita das escolhas que me trouxeram até aqui.
Não tem nome, mas tem história.
Não tem saída, mas tem rumo.

Cantar esta canção é percorrer essa viela todos os dias, sem pressa.
É aceitar que o destino não se impõe de repente — ele sussurra, desvia, ensina…
E às vezes, é no beco sem saída que encontramos a chave da alma.
Há becos que não se devem evitar — são eles que guardam quem somos de verdade.

O fado não é só dor. É também aceitação.
É a voz que ecoa na viela quando o mundo lá fora nos esquece.
É a companhia da guitarra portuguesa quando já ninguém nos ouve.
É a luz fraca de um candeeiro antigo que insiste em acender-se, mesmo sem promessa de amanhecer.

Duarte Marçal caminha por essa viela com a dignidade de quem já caiu, já esperou, já acreditou.
E continua — sempre — a cantar.
Porque o destino, por mais escuro que pareça, nunca deixa de ser nosso.

Se te revês nessa rua estreita, nessa memória que não se apaga,
Se também levas o coração como bússola,
Então este fado foi escrito para ti.

Com verdade e respeito,
Duarte Marçal

Viela do Meu Destino - Duarte Marçal


Fado de Quem Não Volta - Duarte Marçal


Mensagem – Fado de Quem Não Volta

Há silêncios que gritam mais alto do que mil vozes.
Há ausências que se sentam à mesa connosco, noite após noite, como se nunca tivessem partido.
“Fado de Quem Não Volta” não é apenas uma canção — é uma oração sussurrada ao vento, dirigida àqueles que amámos e que, por força do destino, deixaram de estar.

Não se trata apenas da morte, mas da partida em todas as suas formas:
O amigo que se afastou, o amor que se perdeu, o pai que já não volta, a mulher que se foi sem dizer porquê.
Cada ausência deixa um espaço vazio no peito — um espaço que não se vê, mas que pesa.
E é aí, nesse vazio, que nasce este fado.

A guitarra portuguesa chora, a voz embarga-se.
O que se canta é o que não se consegue dizer em conversa, o que fica atravessado na garganta.
É um “volta” que nunca chegou a ser dito.
É um “adeus” que doeu demais para ser pronunciado.

O fado tem esta verdade crua: aceita a dor sem a negar.
Dá-lhe nome.
Dá-lhe melodia.
E permite que quem ouve se reconheça no canto, se reveja no pranto, se liberte pela partilha.

Duarte Marçal, com a sua voz rouca e grave, canta não só para quem partiu, mas para quem ficou a lidar com o silêncio que se seguiu.
Com a sua guitarra ao lado e o Tejo por testemunha, transforma a saudade num ato de amor.
Num ritual que não traz de volta quem partiu, mas que honra a sua memória com dignidade e emoção.

“Fado de Quem Não Volta” é uma carta aberta a todos os ausentes.
Um tributo a quem não está, mas nunca deixou de ser.
E sobretudo, uma promessa: enquanto houver fado, nunca estaremos verdadeiramente sós.

Fado de Quem Não Volta - Duarte Marçal


Eco de Um Amor Antigo - Duarte Marçal


Mensagem – Eco de Um Amor Antigo

Há amores que se escrevem devagar,
Com letras invisíveis que só o coração reconhece.
São feitos de olhares que duraram segundos,
Mas deixaram marcas que resistem a toda uma vida.
“Eco de Um Amor Antigo” fala precisamente disso:
De uma presença ausente que, mesmo distante, ainda se sente perto.
De alguém que partiu — não por mágoa, nem por erro —
mas porque a vida quis assim.

É um amor que o tempo não apagou.
Que nenhuma distância conseguiu desfazer.
É aquele nome que surge, inesperadamente,
no silêncio das madrugadas ou no cheiro da chuva que cai.
Um amor que já não se toca, mas que ainda se ouve…
nos ecos que o fado sabe traduzir melhor do que qualquer explicação.

Este fado não chora um fim.
Canta uma eternidade secreta.
É a certeza de que o amor verdadeiro não precisa estar presente para existir.
Ele persiste na memória, nos lugares por onde andaram juntos,
nos sons que partilharam, nas ruas que agora parecem vazias.

Duarte Marçal dá voz a esta saudade com a gravidade que só um homem marcado sabe carregar.
A sua interpretação não é grito nem desespero.
É aceitação.
É o sussurro de quem entendeu que certas pessoas não voltam,
mas nunca nos deixam verdadeiramente.

Neste fado, cada palavra é uma pétala caída,
cada acorde é o reflexo de um amor que nunca morreu.
E quem escuta reconhece-se.
Porque todos, um dia, tivemos um amor antigo
que ainda ecoa dentro de nós… mesmo que em silêncio.

Eco de Um Amor Antigo - Duarte Marçal


Na sombra da Sé velha - Duarte Marçal


Mensagem – Na Sombra da Sé Velha

Há lugares que não são apenas feitos de pedra e cal. São feitos de história, de silêncio e de memórias que respiram. A Sé Velha não é apenas uma catedral — é uma testemunha. Das alegrias que ali se celebraram, das despedidas que ecoaram entre os seus muros, dos fados murmurados ao entardecer por quem já não tinha forças para gritar.

Na sombra da Sé Velha, o tempo abranda. É ali que as almas cansadas se sentam, não para fugir da luz, mas para se refugiar do ruído do mundo. É nesse abrigo antigo que se ouve o coração falar mais alto. Cada pedra guarda confissões que só os olhos atentos conseguem decifrar. Cada vitral, iluminado pelo sol da manhã, conta uma história que nunca foi escrita.

Nesta canção, o passado e o presente fundem-se. O fado nasce da boca de quem carrega perdas que não se dizem, de quem procura paz onde só há lembrança. A voz de Duarte Marçal atravessa o tempo com respeito, com dor contida e verdade. Ele canta com a certeza de quem sabe que há ausências que se tornam eternas presenças. Que há lugares onde deixámos pedaços de nós — e que, de algum modo, ainda lá estamos.

“Na Sombra da Sé Velha” é mais do que música. É um reencontro. Com quem fomos, com quem perdemos, com o que ainda guardamos. É um abraço feito de notas, um olhar lançado ao céu, um gesto que pede ao fado para não deixar morrer aquilo que o tempo não conseguiu apagar.

Se te sentires perdido, senta-te à sombra da Sé. Escuta o silêncio. Pode ser que ouças o eco do teu próprio fado.

Na sombra da Sé velha - Duarte Marçal


Maré Alta de Lembranças - Duarte Marçal


Mensagem – Maré Alta de Lembranças

Há memórias que não se perdem. Ficam como sal na pele, como vento no rosto. São marés que regressam sempre, mesmo quando julgamos que já partiram. "Maré Alta de Lembranças" é o retrato lírico desse regresso inevitável — o momento em que o coração, por mais que tente resistir, se rende à força das ondas do passado.

Há dias em que basta um cheiro, uma palavra, ou até o som do mar, para que tudo volte. O olhar dela, o riso que se perdeu entre promessas por cumprir, a forma como o tempo parecia parar quando os dois se encontravam. E de repente, como se o universo conspirasse em silêncio, surge a maré. Não uma maré comum, mas uma maré feita de lembranças, de amor não esquecido, de mágoas que continuam a doer, mesmo cobertas pelo tempo.

Duarte Marçal dá voz a este naufrágio interior com a intensidade de quem sabe que há saudades que não se afogam. A sua voz grave, rouca e sentida, mergulha fundo nesse oceano de emoções, navegando entre versos como quem tenta chegar a terra firme e acaba sempre de novo ao largo. Porque amar é, às vezes, um eterno ir e voltar. E lembrar... é um fado que não se cala.

"Maré Alta de Lembranças" é, por isso, mais do que uma canção. É um abraço à memória. Uma rendição bonita àquilo que fomos e que, por mais que tentemos negar, ainda somos. É o som de quem vive com o peito aberto à saudade, sem medo de ser levado pela corrente.

Se alguma vez te sentiste à deriva nas águas da tua própria história, esta música é para ti. Não temas a maré — deixa que ela te traga o que esqueceste... ou o que nunca foste capaz de deixar.

Maré Alta de Lembranças - Duarte Marçal


Canta me Como Era Dantes - Duarte Marçal


Mensagem – Canta-me Como Era Dantes

Há canções que não se cantam só com a voz — cantam-se com a alma. “Canta-me Como Era Dantes” é um desses fados. Uma súplica doce e melancólica por aquilo que já foi e que, de certa forma, ainda vive dentro de nós. Porque o tempo passa, mas há coisas que o tempo não leva: o som de um nome dito ao ouvido, o cheiro de um abraço antigo, o sabor das palavras que nunca se disseram… e sobretudo, o silêncio que ficou depois da ausência.

Nesta canção, Duarte Marçal entrega-se inteiro, como quem oferece o coração em cada verso. A sua voz grave e ferida embala o ouvinte num mar de lembranças, onde cada palavra é uma âncora e cada melodia, uma vela soprada pela saudade. É como se cantasse não apenas para alguém que partiu, mas para uma época, uma versão de si próprio, um amor que ficou suspenso num tempo que já não volta — mas que insiste em viver através da música.

“Canta-me Como Era Dantes” é mais do que uma simples evocação do passado. É um pedido urgente de reencontro. Com o outro, mas também com o que éramos antes da dor, antes das mudanças, antes da vida nos ensinar que nem tudo se repete. É o desejo de ouvir de novo aquilo que nos fazia acreditar, sentir, sonhar. Como se cada nota pudesse reconstruir o que se perdeu — mesmo que só por instantes.

Há quem diga que o fado é tristeza cantada. Mas nesta canção, o fado é também esperança. Porque ao pedir “canta-me como era dantes”, pedimos também que alguém nos lembre quem éramos quando ainda sabíamos ser felizes. Quando ainda sabíamos amar sem medo, sorrir sem cicatrizes, viver sem peso. E é nesse gesto de escuta — nessa entrega à memória — que reencontramos uma paz rara e profunda.

Talvez nunca se volte a viver o que foi. Mas enquanto alguém puder cantar com verdade, enquanto a guitarra portuguesa ecoar nas esquinas da alma, enquanto houver quem se emocione ao lembrar... o passado continua vivo. E a música, como esta, transforma a dor em beleza.

Se hoje precisas de reencontrar um pedaço de ti, ou de alguém que já não está... ouve esta canção. Fecha os olhos. E deixa que Duarte Marçal te cante — como era dantes.

Canta me Como Era Dantes - Duarte Marçal


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