segunda-feira, 19 de maio de 2025

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Capítulo 1 – Episódio 5: A Voz Que Sussurra no Concreto


A Voz Que Sussurra no Concreto Capítulo 1, Episódio 5



 Capítulo 1 – Episódio 5: A Voz Que Sussurra no Concreto

A floresta estava mergulhada em um silêncio antinatural, como se a própria natureza prendesse a respiração diante do que se aproximava. Ricardo permanecia imóvel por um instante, os olhos atentos varrendo as sombras densas à sua frente. Havia algo além das árvores, algo que não fazia parte do mundo que ele conhecia. Um ruído sutil cortava o ar: sussurros. Baixos, distantes, mas constantes. Não eram palavras, não exatamente. Eram fragmentos de sons, resquícios de vozes que pareciam ter sido arrancadas do tempo.

Ele apertou os olhos, tentando discernir a origem. O som não vinha de um lugar específico — ele parecia emanar de todos os lados ao mesmo tempo. Era como se a floresta falasse em línguas mortas.

Ricardo avançou devagar, o corpo ainda dolorido do confronto anterior. Seus músculos protestavam a cada passo, mas ele os ignorava. O chão úmido sugava suas botas, e o cheiro de terra molhada misturado com sangue seco preenchia o ar. Galhos baixos roçavam seu rosto, e as folhas escorriam orvalho sobre sua pele suada. Tudo parecia mais apertado, mais opressor. A floresta, antes aberta e caótica, agora se fechava sobre ele como uma câmara viva, sufocante.

E então, entre as árvores, ele viu.

Uma estrutura cinzenta, engolida por raízes e musgo, ergueu-se à sua frente como o esqueleto de um monstro morto há séculos. Era um prédio antigo, de concreto manchado pelo tempo e pela umidade. Seu teto estava parcialmente desabado, e janelas quebradas revelavam o interior escuro e desolado. Grades de ferro tortas balançavam levemente ao vento, produzindo um som metálico e monótono, como sinos enferrujados tocando uma marcha fúnebre.

Mas o que mais chamou sua atenção foi a luz. Uma luz fraca, tremulante, pulsava lá dentro. Não era forte o suficiente para iluminar, mas o suficiente para sugerir... presença. Movimento. Vida.

Ricardo parou à beira da clareira. Seus instintos gritavam para que não se aproximasse. Cada centímetro de seu corpo parecia saber que havia algo errado com aquele lugar. Era o tipo de construção esquecida pelo tempo — um lugar onde memórias ruins se escondem nas paredes, onde gritos antigos ainda ecoam entre os escombros. E, mesmo assim, ele deu um passo.

E outro.

A cada passo, o sussurro ficava mais claro. Ainda não era possível entender, mas havia um ritmo. Como um lamento que se repetia infinitamente. E ele começou a perceber que não estava sozinho. Havia algo — ou alguém — observando. Não com olhos físicos, mas com uma consciência difusa, espalhada pelo ambiente.

Ele cruzou o limiar do prédio. O ar ali dentro era diferente. Mais frio. Mais denso. O cheiro era uma mistura de mofo, ferrugem e algo mais... metálico. Como sangue velho impregnado nas paredes. As sombras dançavam com a luz trêmula de uma lanterna jogada no chão, seu feixe oscilando como se fosse uma chama à beira da extinção.

O corredor à frente era estreito e tortuoso, com pedaços do teto caídos e marcas estranhas nas paredes. Garras? Ferramentas? Algo havia arranhado o concreto com força suficiente para arrancar pedaços dele. Havia manchas escuras no chão — antigas demais para dizer se eram sangue ou óleo, mas recentes o suficiente para indicar que aquele lugar ainda estava ativo. De algum modo.

Ricardo se abaixou e apanhou a lanterna. Estava quente ao toque. Alguém a havia deixado ali há pouco tempo.

Os sussurros pararam.

Por um segundo, o mundo inteiro pareceu segurar o ar. Ricardo ergueu a lanterna e seguiu adiante, os pés pisando com cuidado, evitando os escombros. Salas abandonadas se abriam ao lado, todas cobertas por poeira e decadência. Uma delas, porém, tinha algo diferente. A porta estava entreaberta, e uma luz fraca escapava por ela.

Ele empurrou com cuidado.

No interior, havia um painel de controle antigo, coberto por botões oxidados e fios soltos. Mas o que o fez prender a respiração foi o monitor. Ainda funcionando. A tela tremia, exibindo uma imagem distorcida em preto e branco. Não era ao vivo. Era uma gravação.

Ele apertou um botão qualquer.

A imagem clareou. Um laboratório. Um homem de jaleco aparecia na tela, o rosto parcialmente coberto por sombras. Ele falava algo, mas o áudio estava corrompido. Apenas um som conseguiu atravessar o chiado:

"Ricardo..."

Seu nome.

A imagem apagou.

Ricardo recuou, a mente em turbulência. Alguém sabia quem ele era. Alguém havia deixado aquilo para ele. A lanterna em sua mão piscou e apagou. O prédio mergulhou em escuridão total.

E os sussurros voltaram.

Dessa vez, estavam dentro da sala. Dentro da sua cabeça.

“Volte... volte... volte...”

Mas ele não podia voltar.

Não mais.

“Voice in the Concrete” – Renegades of Chaos

Caminhos de Néon Segredos da Noite




 

domingo, 18 de maio de 2025

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Ruas Invisíveis Uma Jornada Urbana e Poética



 Álbum: Ruas Invisíveis

Lançamento: 2025

Número de faixas: 12

Estilo: Urbano, poético, introspectivo


Faixas:

Caminhos de Néon

Perdidos entre luzes artificiais e sombras do passado.


No Fim da Estrada

Quando não há mais para onde correr, apenas enfrentar.


Versos Esquecidos

Palavras que ficaram presas no tempo e nunca foram ditas.


Coração em Cinzas

O peso das cicatrizes e a luta para seguir em frente.


Gritos na Multidão

O caos urbano e a solidão no meio da massa.


Memórias de Concreto

As histórias que as ruas silenciosamente guardam.


Sob as Luzes Frias

A realidade crua das noites sem esperança.


Destino em Fragmentos

Sonhos despedaçados e tentativas de recomeço.


Ecos de um Ontem Perdido

O tempo que não volta e os arrependimentos que ficam.


Ruínas do Amanhã

Um olhar para o futuro incerto que criamos.


Sombras da Madrugada

Os segredos e mistérios escondidos na escuridão.


Vozes do Silêncio

O grito mudo daqueles que foram esquecidos.


Descrição do Álbum:

"Ruas Invisíveis" é um mergulho profundo nas entranhas da cidade e da alma humana. Cada faixa é um retrato poético das dores silenciosas, das esperanças fragmentadas e das vozes que ecoam onde ninguém ouve. O álbum é um mosaico de histórias urbanas, escritas com o coração e vividas entre o concreto e os sonhos.



sábado, 17 de maio de 2025

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A Arte de Ricardo Veríssimo: Voz das Ruas, Eco da Alma

 A Arte de Ricardo Veríssimo: Voz das Ruas, Eco da Alma

Ricardo Veríssimo é mais do que um músico. Ele é um cronista urbano, um poeta do invisível, um mensageiro das emoções que a cidade esconde entre seus becos, luzes e silêncios. A sua trajetória artística se entrelaça com a vida real, com as lutas anônimas e com os sentimentos não ditos de uma geração marcada pelo contraste entre o concreto e o sonho.

Desde o primeiro álbum, “Cidade em Chamas”, Ricardo mostrou sua capacidade de transformar a fúria e a esperança do cotidiano em canções densas e carregadas de verdade. Com letras afiadas, beats pulsantes e uma entrega visceral, ele pintou o retrato de uma cidade viva, em ebulição — onde cada esquina guarda uma história e cada verso é um sopro de resistência.

No segundo álbum, “Cidadão em Trânsito”, Ricardo aprofundou sua visão social e emocional. Falou das partidas, das perdas, das buscas interiores e das rotas desencontradas da vida moderna. Foi um disco que tocou em temas sensíveis com sensibilidade e coragem, sem perder o ritmo nem a cadência do coração urbano.

Agora, com o lançamento do aguardado terceiro álbum, “Ruas Invisíveis”, Ricardo alcança um novo patamar artístico. Este trabalho é um mergulho ainda mais intenso nas sombras que habitam as grandes cidades e as almas que nelas transitam. Cada faixa é um capítulo de um livro não escrito, onde os sons substituem palavras e os silêncios dizem mais do que discursos. São canções que falam do amor perdido, da solidão gritante, dos sonhos fragmentados e da esperança que insiste em brotar mesmo no asfalto mais frio.

A música de Ricardo Veríssimo é para ouvir com os ouvidos… mas sentir com a pele e com a alma. É um convite para olhar para dentro e ao redor, para reconhecer em cada canção um espelho das nossas próprias cicatrizes, dúvidas e recomeços.

Ele não entrega apenas álbuns, entrega experiências. Cada projeto é uma obra viva, que respira e pulsa com quem escuta. E por isso, Ricardo não é apenas um cantor — é um contador de histórias que nos lembra que, mesmo nas ruínas, há sempre um poema escondido esperando ser lido.



NÃO ME ESQUECEU - Eliã Luz

"Não Me Esqueceu – A Graça Que Me Encontrou no Fundo do Poço" Existem fases na vida em que a vergonha fala mais alto que a fé. M...