Sangue de Bairro não é apenas uma canção — é um grito cravado nas paredes de cimento, é o pulsar dos corações que nunca deixaram de resistir, mesmo quando o mundo os esqueceu.
É sobre aqueles que nasceram no meio do caos, onde as janelas dão para vielas escuras e os sonhos enfrentam barricadas todos os dias.
Esta música fala de um lugar onde o orgulho não vem de fama ou fortuna, mas da sobrevivência. Onde cada esquina carrega uma memória, cada pedra uma luta, e cada rosto marcado é símbolo de força e perseverança.
É o sangue que corre quente nas ruas frias. A raiva contida, a esperança teimosa, o amor pelos nossos, mesmo sem aplausos, mesmo sem reconhecimento.
“Sangue de Bairro” é para todos os que cresceram ouvindo sirenes como canções de embalar e vendo nas paredes sujas os seus nomes riscados pela história oficial.
Mas nós sabemos quem somos.
Sabemos de onde viemos.
E ninguém apaga a verdade que carregamos nas veias.
É este o hino da zona.
A bandeira de quem ainda sonha, mesmo quando tudo à volta insiste em desmoronar.
Porque o nosso sangue tem cor, tem batida, tem memória.
E por mais que tentem calar-nos...
o bairro fala alto — e nós somos a sua voz.
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