sábado, 16 de agosto de 2025

Na sombra da Sé velha - Duarte Marçal


Mensagem – Na Sombra da Sé Velha

Há lugares que não são apenas feitos de pedra e cal. São feitos de história, de silêncio e de memórias que respiram. A Sé Velha não é apenas uma catedral — é uma testemunha. Das alegrias que ali se celebraram, das despedidas que ecoaram entre os seus muros, dos fados murmurados ao entardecer por quem já não tinha forças para gritar.

Na sombra da Sé Velha, o tempo abranda. É ali que as almas cansadas se sentam, não para fugir da luz, mas para se refugiar do ruído do mundo. É nesse abrigo antigo que se ouve o coração falar mais alto. Cada pedra guarda confissões que só os olhos atentos conseguem decifrar. Cada vitral, iluminado pelo sol da manhã, conta uma história que nunca foi escrita.

Nesta canção, o passado e o presente fundem-se. O fado nasce da boca de quem carrega perdas que não se dizem, de quem procura paz onde só há lembrança. A voz de Duarte Marçal atravessa o tempo com respeito, com dor contida e verdade. Ele canta com a certeza de quem sabe que há ausências que se tornam eternas presenças. Que há lugares onde deixámos pedaços de nós — e que, de algum modo, ainda lá estamos.

“Na Sombra da Sé Velha” é mais do que música. É um reencontro. Com quem fomos, com quem perdemos, com o que ainda guardamos. É um abraço feito de notas, um olhar lançado ao céu, um gesto que pede ao fado para não deixar morrer aquilo que o tempo não conseguiu apagar.

Se te sentires perdido, senta-te à sombra da Sé. Escuta o silêncio. Pode ser que ouças o eco do teu próprio fado.

Na sombra da Sé velha - Duarte Marçal




 

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