Mensagem – O Beijo Que Ficou no Vento
Há gestos que não precisam de palavras.
Um olhar prolongado, um silêncio entre dois corpos, ou um beijo que nunca chegou a tocar pele — apenas o ar.
Foi nesse espaço suspenso, entre a intenção e o adeus, que nasceu esta canção.
“O Beijo Que Ficou no Vento” não é apenas um fado sobre a perda — é um tributo àquilo que quase aconteceu, ao instante que ficou no limiar do tempo e que, por isso mesmo, se tornou eterno.
Quem ama sabe: há beijos que nunca se dão… mas vivem para sempre.
O beijo que se quis, mas não se pôde.
O que ficou por dar, por orgulho, por medo, por desencontro, por destino.
Esse beijo viaja no vento, atravessa ruas, esquinas, estações do ano, e volta a nós quando menos esperamos — no cheiro de um perfume antigo, num verso ouvido ao acaso, numa rua de Lisboa banhada a pôr-do-sol.
Cantar este fado é, para mim, reviver um momento que nunca existiu… mas que está gravado na alma.
É reconhecer que há amores que não acabam: transformam-se em vento, em ausência com forma, em saudade que acaricia.
E esse beijo, esse gesto suspenso no tempo, passa por mim de novo cada vez que fecho os olhos e deixo que a música fale.
Se já amaste alguém que partiu antes de te dizer tudo… este fado é teu.
Se guardas memórias de um toque por acontecer, de uma despedida sem palavras… sabes do que falo.
Este beijo no vento pode ser de qualquer um de nós.
E enquanto houver vento… ele continua a soprar.
Com emoção,
Duarte Marçal
O Beijo Que Ficou no Vento - Duarte Marçal


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