Mensagem sobre “Chão de Estrelas Mortas” – Ricardo Veríssimo
Há sonhos que se apagam lentamente, como estrelas que um dia brilharam intensamente no céu da nossa existência. Eles não explodiram em fúria nem sumiram de repente — apenas se apagaram em silêncio, deixando um rastro de brilho antigo, uma memória que insiste em ficar. “Chão de Estrelas Mortas” é uma homenagem a esses fragmentos de esperança que um dia iluminaram o caminho, mas que hoje jazem sob os nossos pés como lembranças quase esquecidas.
Ricardo Veríssimo, com sua sensibilidade única, transforma o silêncio dessas ausências em poesia crua. Nesta canção, ele nos convida a caminhar sobre essas estrelas extintas, não como quem pisa em ruínas, mas como quem reconhece a beleza do que foi e, ainda assim, segue adiante. É um lamento suave e ao mesmo tempo profundo, que toca na ferida de quem já acreditou, já sonhou alto, já desejou o impossível — e que hoje caminha com um brilho apagado no olhar, mas ainda carrega dentro de si a memória do céu.
“Chão de Estrelas Mortas” não é uma canção de derrota. É uma canção de maturidade. Fala sobre o peso dos sonhos que não se realizaram, das promessas que se perderam no tempo, mas também da força que nasce do reconhecimento dessa perda. Porque até o que não aconteceu molda quem somos. Até os sonhos que morreram continuam a nos iluminar, mesmo com sua luz apagada.
Essa música é um abraço silencioso em todos que carregam ausências no peito. É sobre aprender a caminhar sem aquilo que um dia nos movia, sobre respeitar a dor do que se perdeu, e ainda assim continuar — com passos firmes, com coração aberto, com a certeza de que mesmo o que terminou tem o seu valor. Porque há beleza no que foi, há dignidade no que ficou pelo caminho, e há poesia até no silêncio das estrelas que já não brilham.
Chão de Estrelas Mortas - Ricardo Verissimo


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