"Mantras do Asfalto"
A cidade nunca dorme, mas eu aprendi a fechar os olhos no meio do ruído.
Os semáforos piscam em vermelho, como velas acesas num altar de betão.
Os motores rugem, os passos apressam-se, mas há um ritmo mais profundo escondido nas ruas.
Os prédios sussurram segredos antigos, escritos em tinta desbotada e fumo de escape.
Os candeeiros desenham sombras no alcatrão, formas que dançam entre o sagrado e o profano.
Aqui, entre o caos e a pressa, há um silêncio que só alguns sabem ouvir.
Respiro. O asfalto aquece sob as minhas mãos.
O mantra repete-se no coração da cidade:
Nem todos os caminhos levam ao templo, mas todo o templo nasce de um caminho.
Mantras do Asfalto - Diogo “Zero” Martins
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